Leste Europeu e CEI
Tema 1: A Europa Oriental e o Socialismo
O Leste Europeu:
A classificação do continente europeu em Ocidental e Oriental surgiu após a 2ª Grande Guerra Mundial, numa referencia á bipolarização do mundo, que colaborava em oposição o capitalismo e o socialismo. À Europa Oriental ou Leste Europeu correspondiam os então países socialistas, ligados a União Soviética, incluindo a Alemanha Oriental.
Ao longo da história, os países do Leste Europeu foram objeto de disputa pelas três principais potências que dominaram a região até 1918: o Império Austríaco, O Império Turco-Otomano e o Império Russo. Após a 2ª Guerra Mundial, os países do Leste Europeu passaram a fazer parte do bloco soviético de Europa, sob o regime socialista imposto pela União Soviética.
Ainda hoje, são evidentes as influências germânicas, mulçumanas e eslavas nessa parte do continente.
A DOMINAÇÃO RUSSA E SOVIÉTICA:
A dominação russa fez-se em varias etapas desde o século XVIII, e sua influência é ainda uma realidade na região. Na Segunda Guerra Mundial, a União Soviética conseguiu alargar suas fronteiras mediante a ocupação das republicas bálticas (Estônia, Letônia, Lituânia). A partir de 1944, à medida que o Exército Vermelho soviético ia derrotando as forças alemãs, diversos países do LesteEuropeu foram libertados pela União Soviética, que, aos poucos impôs a eles regimes socialistas e governos satélites, ou seja, submissos ao controle mundial.
Quando acabou 2ª Guerra Mundial, evidenciou-se que o continente europeu estava dividido por uma “cortina de ferro”. Os países do Leste ficaram sob influência soviética, onde foi adotado o sistema de partido único e a planificação da economia. A divisão do mundo entre os blocos socialistas e capitalistas era conhecida como divisão bipolar ou bipolarização
A REAÇÃO E OS LEVANTES POPULARES:
Essa inserção da Europa Oriental no bloco soviético deu-se, em muitos casos, contra o sentimento majoritário dos povos centro-europeus. Disso decorreram levantes populares, como os acontecidos na Hungria, em 1956, e na Techecoslováquia, em 1968, ambos sufocados pela intervenção militar do Pacto de Varsóvia. No final da década de 70, o descontentamento com as políticas soviéticas tomou conta da Polônia. Protegido pela Santa Sé(o papa já era o polonês Karol Wojtila, que assumiuo nome de João Paulo II), formou-se o sindicato católico Solidariedade, cujo líder principal, Lech Walesa, desafiou o governo comunista.
Tema 2:Crise no socialismo e o fim da bipolarização
A partir do final dos anos 80, a crise pela qual passava o socialismo real ficou mais nítida e insustentável. Foram várias as razões da crise do mundo socialista, tanto internas quanto externas, tais como:
• A planificação da economia fazia com que os planos tivessem força de lei e, por um período de cinco anos, a vida econômica do país limitava-se a atingir determinados objetivos propostos, "cumprir metas estabelecidas", sem que os diretores nomeados para as empresas ganhassem autonomia.
• A ausência de liberdades democráticas, representada pela existência de um só partido político e dos privilégios que determinados segmentos da sociedade – principalmente os burocratas e autoridades do partido único – possuíam.
• Os efeitos da propaganda do capitalismo – o sonho de consumo, as liberdades e oportunidades individuais, o sucesso pessoal no mundo ocidental –, que conseguia penetrar no mundo socialista, contribuindo para aumentar a insatisfação do povo.
O fim dos regimes comunistas na Europa oriental e a queda do Muro de Berlim (1989) marcaram o fim da Guerra Fria e anunciou o esfacelamento da União Soviética que, em 1991, perdeu Lituânia, Letônia e Estônia, responsáveis por 70% de sua população total. Restou apenas uma única superpotência, os Estados Unidos. As repúblicas que formavam a ex-União Soviética, junto com a atual Federação Russa, transformam-se na Comunidade dos Estados Independentes (CEI).
O fim da divisão geopolítica bipolar estimulou a regionalização da economia e a formação dos blocos, pois a disputa pela hegemonia passa diretamente à concorrência comercial e dá início à chamada nova ordem mundial, onde o poder está multipolarizado entre os vários blocos.
Tema 3:A CEI (Comunidade de Estados Independentes)
O fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), em 1991, proporcionou a independência de várias nações que a integravam. Porém, o vínculo estabelecido entre esses países gerou entre eles uma grande dependência nas relações políticas, militares e econômicas.
Nesse sentido, no dia 8 de dezembro de 1991, foi criada a Comunidade dos Estados Independentes (CEI), cujo principal objetivo era estabelecer um sistema econômico e de defesa entre as nações da extinta URSS. Os primeiros integrantes do bloco foram: a Rússia, a Bielorrússia e a Ucrânia. Posteriormente se integraram ao bloco, os seguintes países: Armênia, Azerbaijão, Cazaquistão, Moldávia, Quirquistão, Tadjiquistão, Uzbequistão, além do Turcomenistão, que atualmente é um membro associado à CEI. A Geórgia desligou-se do grupo em 2009, e os três países bálticos (Lituânia, Estônia e Letônia) são os únicos países que compunham a União Soviética que nunca fizeram parte da CEI.
A população da CEI é de aproximadamente 274 milhões de habitantes, sendo a Rússia, o país mais populoso – 140,8 milhões de habitantes. Em 2009, o Produto Interno Bruto (PIB) do bloco foi de 587,8 bilhões de dólares.
A autonomia de cada nação é respeitada, não havendo, portanto, interferência de outros países nas questões políticas internas. Qualquer país pode abandonar a Comunidade dos Estados Independentes após ter anunciado essa intenção, desde que a mesma seja com um ano de antecedência.
Minsk, capital da Bielorrússia, é a cidade onde se localiza a sede da Comunidade dos Estados Independentes. A estrutura administrativa do bloco é composta por dois conselhos, sendo um formado por chefes de Estado e o outro por chefes de Governo, cujos encontros ocorrem a cada três meses.
A Federação Russa é a nação com maior destaque no bloco, pois apresenta grande importância no cenário econômico e geopolítico global. As nações, de um modo geral, estão estabelecendo relações econômicas com países fora do bloco, reduzindo os laços com os países integrantes da CEI.
Tema 4:EUROPA ORIENTAL: ECONOMIA E SOCIEDADE
Os países da Europa Oriental, hoje buscando introduzir-se na economia de mercado, vivem níveis diferenciados de desenvolvimento econômico, grande parte deles integrando a União Européia, são eles:
- República Tcheca, dotado de uma economia dinâmica, o país se destaca da produção de alimentos, bebidas e eletrodomésticos e encaminha mais da metade de suas exportações à União Européia.
- Polônia, tem recebido grandes investimentos da Europa Ocidental. A base de sua economia são as indústrias mecânicas e de mineração.
- Hungria, seus principais produtos de exportação são máquinas, produtos mecânicos e alimentos industrializados. A população tem um elevado padrão de vida.
- Eslováquia, é a porção oriental e menos desenvolvida da antiga Tchecoslováquia. Produz cereais e fornece matéria prima para a indústria madeireira. Devido aos baixos custos da mão de obra e ao razoável nível educacional, o país atrai investimentos da Europa Ocidental, sobretudo nos setores metalúrgico e automobilístico.
- Albânia, país agrícola de população predominantemente islâmica e baixo IDH.
- Letônia, o país tem na madeira o principal item da economia. Ressente-se da falta de recursos energéticos e dos conflitos entre os letões nativos e os habitantes de origem russa.
- Estônia, importante centro industrial, produtor de alcatrão, benzina e gás. Entre as ex-repúblicas soviéticas, e a que alcançou melhor penetração no mercado internacional e tem a maior renda per capita. Enfrenta o problema da poluição do mar Báltico, que prejudica a pesca.
- Lituânia, depende da Rússia para o abastecimento de combustível. A costa do país é famosa pela extração de âmbar, resina fóssil usada na confecção de jóias.
- Bulgária, corrupção e desemprego são alguns dos problemas de um país culturalmente próximo da Rússia, em termos de escrita e religião.
- Romênia, ponto forte: potencial hidrelétrico, as reservas minerais, e a implantação da indústria pesada e da infra-estrutura durante o regime comunista. Ponto fraco: é a dificuldade em desenvolver o livre mercado.